Maria de Jesus Nobre Rodrigues
Dirceu José Cruz Lima Rocha
Paulo Luís Rodrigues
Isabel da Conceição Rocha Pires da Luz
Rui António da Costa Silva
Sheila Filomena Fonseca Santos
Júlio Néstor Lima Medina - MPD
Licínia Maria Leite - ARG
Armindo Santos Cruz - PAICV
Anísio da Circuncisão Nobre Rodrigues - MPD
Perpétua Delgado Ferreira Gomes - MPD
Zenildes Roberto de Jesus Brito Freitas de Andrade - MPD
Feliciano Domingos do Rosário - ARG
Maria Teresa da Cruz - PAICV
Vandira Simone Correia Brito - MPD
António Lázaro Rocha - MPD
Manuel André Lima Gomes - MPD
Lauro Jorge da Ressureição Oliveira - ARG
José Manuel da luz da Cruz - PAICV
Gilda Mariane Santos Monteiro - MPD
Manuel Jesus Fonseca Medina - MPD
Marlene Solange Delgado do Rosário - MPD
Contactos
Endereço: Cidade da Ponta do Sol
Telefone: (+238) 225 11 69
(+238) 225 11 79
Fax: (+238) 225 12 26
Apresentação sintética do Município da Ribeira Grande
Actividades económicas
A economia da ilha e do município é caracterizada fundamentalmente por disfunções de ordem estrutural que se prendem essencialmente com a escassez de espaço e de recursos naturais, fraca concentração de capital e baixa valorização dos recursos humanos.
No domínio da produção esta é fortemente dominada pelo sector primário, com incidência nas actividades da agricultura, pesca e pecuária. Todas essas actividades são exploradas em regime de subsistência e de acentuada fragilidade. Dos 5164 hectares de sequeiro cultiváveis, 46% localizam-se neste município dos quais 95% são explorados com culturas do milho e feijão. Por outro lado, 48% do regadio da ilha está localizado no município da Ribeira Grande. Do regadio disponível cerca de 80% é dedicada a cana sacarina e a produção da aguardente.
Agricultura
No cômputo geral da ilha, o município da Ribeira Grande detém 46% das terras cultiváveis em regime de sequeiro que são usadas nas culturas de milho e feijão. As terras de regadio estão concentradas em vales estreitos e em terraços conquistados nas vertentes íngremes, onde os Andros solos constituem parcelas importantes nas terras de regadio. O município detém 48% das terras de regadio da ilha, as principais culturas são a cana sacarina e as fruteiras. A praga de mil-pés (Spinotarsus caboverdus) foi um desastre para as culturas de tubérculos e a ilha ficou de quarentena em relação ao principal mercado do país.
Em 2004, havia no concelho 3237 explorações agrícolas, sendo 411 (12,7%) localizados no meio urbano e 2826 (87,3%) no meio rural. Do total de explorações agrícolas, 2908, isto é 90,5% estavam inseridas no andar sub-húmido, o que é notável em termos de perspectiva de produção. O maior constrangimento liga-se com a reduzida dimensão das parcelas e o risco de destruição pelas enxurradas. As culturas são destinadas principalmente ao consumo familiar; a principal cultura de rendimento é a cana sacarina que é destinada ao fabrico de aguardente.
Pecuária
Regra geral, a pecuária na Ribeira Grande é uma actividade complementar da agricultura. Segundo os dados do recenseamento geral de agricultura de 2004 os efectivos pecuários da Ribeira Grande eram pouco expressivos à escala nacional, o que se compreende pelas limitações de ordem topográfica e a incompatibilidade da pecuária com as hortas de regadio. Nesta altura, havia 365 bovinos (correspondente a 44% dos efectivos da ilha); 60 cabeças de ovinos (36%); 8.246 caprinos (34,6%); 3292 suínos (42% do total da ilha). O mesmo censo avalia a existência de 19.328 aves, principalmente galinhas de capoeira ao redor das casas.
Das 3237 explorações agrícolas havidas em 2004, 88% tinha a criação de gado como complemento. A criação do gado, sobretudo, caprinos, aves e suínos, constitui uma importante fonte de proteínas na alimentação e sobretudo uma reserva de recursos financeiros para os criadores.
O município tem potencialidades no domínio da pecuária mas apenas uma pequena parte dos criadores dedicam-se a ela de forma exclusiva; 60% das famílias exploram pequenas criações de (1-2 cabeças) e apenas 5% exploram mais de 10 cabeças.
Industria
O sector industrial é incipiente, sendo de realçar para além da produção da aguardente algumas iniciativas no domínio do engarrafamento de água e panificação.
O sector terciário representa cerca de 50% do VAB do concelho, sendo este representado essencialmente pelo Comércio, Serviços Privados e Públicos, Transportes, Comunicação e Serviços diversos.
Comercio
O comércio constitui uma actividade económica de grande animação nos centros urbanos principalmente na cidade de Ribeira Grande, com destaque para o comércio a retalho e informal.
Predomina essencialmente o comércio a retalho com forte dependência do mercado de S. Vicente, quer no domínio do abastecimento de mercadorias (produtos importados) quer como mercado consumidor dos produtos agrícolas produzidos em Santo Antão.
Pesca
A pesca não obstante as potencialidades é explorada de forma artesanal. O rendimento é fraco e emprega pouca gente. Domina a pesca artesanal na orla costeira, com descarga sobretudo em Ponta do Sol, Sinagoga, Tarrafal.
A estreita plataforma da ilha e a forte tradição rural constituem constrangimentos ao desenvolvimento do sector. Os pescadores costumam fazer campanhas nas ilhas desertas, Santa Luzia e ilhéus Branco e Raso, onde a plataforma é mais extensa, mas constitui uma faina perigosa pela fragilidade das embarcações usadas. No cômputo geral, São Antão é a terceira ilha no volume da pesca artesanal, depois de Santiago e São Vicente.
Turismo
O Turismo é um sector em franca expansão, assistindo-se nos últimos tempos a uma forte apetência para investimentos neste sector na Ilha de Santo Anto e no Concelho de Ribeira Grande em particular.
Todavia a sua dinâmica é ainda fortemente condicionada por factores como os transportes marítimos, baixo nível de capacitação dos recursos humanos, etc. Se se garantir essas condições e ponderar no sentido da exploração sustentada dos recursos ambientais, é de prever que esse sector seja promissor para o desenvolvimento do Concelho.
Apesar das potencialidades em turismo de natureza e rural, tirando partido da beleza cénica dos vales, diversidade da flora endémica e quadro da paisagem rural, a actividade ainda é incipiente faltando sobretudo infra-estruturas de circulação, alojamento e restauração. Existe uma empresa local que organiza actividades de turismo rural com actividades de trekking pelas montanhas e vales.
Atractivos turísticos naturais
Dominam no Concelho as ribeiras, vales profundos e altivos, bacias hidrográficas muito bem definidas, designadamente a da Ribeira da Torre; o vale da Ribeira Grande que inclui as sub-bacias de Ribeira de Duque, Figueiral, João Afonso, Chã de Pedras, Caibros e Despenhadeiro, bem como a Ribeira da Garça, Figueiras e Ribeira Alta, constituem um conjunto impressionante de vales com uma dispersão populacional muito acentuada.
Ribeira Grande
A Ribeira Grande, que ocupa a parte setentrional da ilha, possui uma exposição geográfica para o Nordeste, destacando-se pelo facto do seu território, do ponto de vista bioclimático, e segundo a Carta de Zonagem Agro-Ecológica e de Vegetação, ocupar, quase na sua totalidade os estratos húmido, sub-húmido, e semi-árido (com excepção da zona árida de Cruzinha), o que lhe confere uma vegetação importante no contexto nacional.
O relevo muito acidentado desta região da Ilha, a morfologia, o regime hídrico, a vegetação natural, o património construído, donde se destaca toda a agricultura de regadio armada em socalcos, (numa obra prima de conservação e aproveitamento de solos e água, só comparável às reminiscências das civilizações antigas dos Incas e dos Maias, na cordilheira dos Andes) designadamente dos Vales de Ribeira da Torre, Vale da Ribeira Grande (Figueiral, João Afonso, Chã de Pedras, Caibros, incluídos), o Vale da Garça, Figueiras e Ribeira Alta, constituem um panorama espectacular onde o natural se mistura com o humanizado numa perfeita simbiose que importa defender.
A linha de costa é isenta de praias, mas em contrapartida de grande beleza e espectacularidade, onde as rochas imponentes caem abruptamente sobre o mar e, este, muitas vezes tenebroso, cria um quadro de rara singularidade de luz e de som ao embater nas rochas.
Parque Natural de Moroços
O Parque Natural de Moroços ocupa a parte mais alta da bacia do Planalto Leste e está compreendida entre as cotas dos 1.400 e 1.800 metros. Possui uma área de 818 hectares. Dessa área, 71 hectares (8,7%) pertencem ao concelho da Porto Novo e 746 hectares (91,3%) pertencem ao Concelho da Ribeira Grande. A paisagem é fascinante, devido às características geomorfológicas do parque que consistem na existência de encostas escarpadas e rochosas de Cabeceiras da Ribeira da Garça, bem como solos de pozolana, todos atractivos de grande valor para quem aprecia a Natureza.
O coberto vegetal é constituído pela vegetação arbórea maioritariamente formada de espécies exóticas plantadas nos finais da década de oitenta, e pela vegetação herbácea da qual fazem parte 23 taxa endémicos de Cabo Verde, 15 taxa utilizados na medicina tradicional e cerca de uma dezena de taxa forrageiros e outros com importância indeterminada.
O Turismo devidamente organizado, ordenado e controlado poderá constituir outra importante actividade económica com benefícios directos e complementares para os utilizadores da biodiversidade em Moroços. Os endemismos e os contrastes paisagísticos de tonalidades diferentes e em função das altitudes e do grau de humidade atribuem a Moroços um estatuto privilegiado para o desenvolvimento do turismo de campo. A vertente Leste fornece espaços de elevado valor paisagístico que atingem no horizonte as ilhas de São Vicente e São Nicolau e os ilhéus Branco e Raso.
Parque natural Cova/Ribeira da Torre
O Parque Natural Cova/Paul/Ribeira da Torre está localizado na vertente setentrional da ilha de Santo Antão nos limites do Concelho da Ribeira Grande, entre os meridianos 25º 2’ e 25º 5’ 30’’ de longitude W e os paralelos 17º 6’ 20’’ e 17º 8’ 30’’ de latitude N. A altitude mínima do parque é de aproximadamente 400 metros na Zona de Xoxó e a altitude máxima correspondente ao Pico da Cruz com cerca de 1.585 metros. Os limites do parque são: a Este - Pico da Cruz/Pêro Dias; a Oeste - Espongeiro; a Norte - Xoxó; a Sul – Cova (ver Ilustração 3).
Na sua flora foram identificados 29 taxa endémicos de Cabo Verde, representando cerca de 60% do total da taxa existentes e 20% da taxa actualmente aceites como endémicos de Cabo Verde. Tendo estas características ambientais únicas em Cabo Verde, para muitos visitantes, esta zona é considerada como um dos mais atraentes espaços naturais do ponto vista ecológico e pode tornar-se num importante centro gerador de actividades alternativas geradoras de rendimentos.
Reserva Natural da Cruzinha
Cruzinha de Garça é uma zona onde desembocam várias ribeiras, entre as quais a Ribeira da Garça e a Ribeira do Mocho. Cruzinha é a única amostra representativa de ecossistema de zonas litorais do Município de Ribeira Grande de Santo Antão.
Situa-se na orla costeira da vertente nordeste da ilha, entre os meridianos 25º 08’ 25’’ e 25º 10’ de longitude W e os paralelos 17º 10’ 30’’ - 17º 11’’ de latitude N. A Reserva Natural de Cruzinha, situada numa zona semiárida, apresenta alguns endemismos de zona árida/semiárida (ver Ilustração 4).
A sua paisagem dunar contrasta com as orlas costeiras, rochosas, em geral escarpadas. Estas zonas escarpadas comportam uma vasta gama de vegetação aplicada em áreas diversificadas, designadamente na alimentação dos moradores e do gado (caprino, bovino, asinino, etc.), e na cura de diversas doenças. Trata-se de uma zona com enormes potenciais naturais que poderão ser aproveitadas para o fomento do turismo baseado na Natureza.
Vale da Ribeira da Torre
Uma das ribeiras mais sinuosas de Santo Antão, a Ribeira da Torre é um convite à descoberta de pequenas plantações de banana, ao longo das encostas e propriedades agrícolas familiares ricas e exuberantes (ver Ilustração 5). Da origem da designação Torre pouco se sabe, mas tudo indica que a imponente torre de pedra que se ergue logo na primeira curva, no lugar de Longueira, não passou despercebida aos primeiros povoadores do local. Longueira é, também, o nome de uma das maiores propriedades agrícolas da região. Cana-de-açúcar, banana, mandioca, papaia, bata-doce, são produtos que se podem encontrar aqui, ao lado de árvores de fruta-pão e um dos mais antigos trapiches de aguardente da região.
Atravessada por cursos de água de regadio que desce das encostas, a estrada moderna e asfaltada penetra a ribeira, onde serpenteiam levadas que trazem a água fresca das fontes no alto das rochas e dos reservatórios. O clima é mais fresco e húmido, porque os raios de Sol apenas aqui e ali se fazem sentir e durante poucas horas do dia. Ao atravessar o Vale da Ribeira da Torre, plantações e povoações sucedem-se e a ribeira estreita-se, entre duas vertentes agudas na rocha, para tornar a abrir-se num pequeno e curto vale.
As zonas a montante da Ribeira da Torre têm sido recentemente das mais visitadas em Santo Antão. A vegetação natural, sobretudo a das zonas escarpadas, beneficiadas pelos factores climáticos (precipitação e humidade), é geralmente apontada como o elemento mais atraente do quadro paisagístico dessa área. A beleza dos agrupamentos de espécies tem sido muito apreciada pelos visitantes e turistas.
Vale da Ribeira Grande
Com relevo muito acidentado, o Vale da Ribeira Grande (Figueiral, João Afonso, Chã de Pedras, Caibros, incluídos), possui um clima ameno com temperaturas moderadas durante o ano e amplitude de variação térmica fraca (ver Ilustração 6). A morfologia, o regime hídrico, a vegetação natural, o património construído apresenta um panorama espectacular onde o natural se mistura com o humanizado numa perfeita simbiose que importa defender. De destacar toda a agricultura de regadio armada em socalcos, numa obra-prima de conservação e aproveitamento de solos e água.
O vale da Ribeira Grande possui uma orografia montanhosa, uma geologia interessante, diferentes estratos bioclimáticos, diversidade biológica, uma rede de caminhos vicinais densa e importante, formando assim uma paisagem natural muito bela e diversificada.
As espécies vegetais mais representativas dessa região pertencem às coníferas (pinheiros, cupressus) e folhosas (eucaliptos, grevillea, acácias, losnas e ciprestes). E em abundancia encontra-se a língua de vaca, alevatão, marcelina, bálsamo e em pouca quantidade o dragoeiro. A Ribeira Grande é também uma zona onde se pode produzir em abundância a cana-de-açúcar, inhame, mandioca, banana, manga, milho, batata, fruta-pão, abacate, limão, laranja, cócos, maçã, marmelo, goiaba, chás, tomate, pimentão, cenoura, couve, coentro, salsa, abobara, alface e feijões, sendo assim a agricultura a principal actividade económica do vale.
Em termos de património construído urbano destacam-se as cidades da Ribeira Grande e Ponta do Sol. Nesta última é plena de edifícios com traços arquitectónicos de rara beleza onde sobressaem equipamentos e construções coloniais muito antigas, como o edifício da Câmara Municipal, a igreja de Nossa Senhora do Livramento, várias casas do tipo Sobrados, etc. Outro marco histórico é a Enfermaria Regional (onde o Dr Agostinho Neto exerceria a medicina, enquanto estava preso pela PIDE em regime domiciliar).
Os atractivos naturais do concelho possibilitam aos visitantes e turistas a prática de vários desportos como o cannioning, pesca desportiva e mergulho, caminhadas a pé, trekking, ou outros desportos radicais que combinam com a natureza física da região.
O recanto ‘Estritin’
O recanto “Estritin” (Estreitinho em português) fica situado nos confins da ribeira de Caibros, dentro do vale da Ribeira Grande. Depois de passar pela cidade da Ribeira Grande, entra-se pela ribeira adentro e ao fim de uns 20 minutos a subir, existe uma linda cascata, ladeada por montanhas que, segundo os santatoneneses, atingem o céu. A água da cascata é fresca e cristalina. Nas grutas por onde escorre a água, formam-se espantosas estalactites e estalagmites. Um misto de encanto e medo invade o visitante que se assusta com o autoritarismo das rochas (ver Ilustração 7).
O Estritin é um lugar por excelência para fazer parte de um circuito de turismo com base na natureza. Lugares como este devem ser referenciados como monumentos naturais.
Delgadinho
O Delgadinho é um miradouro natural que se situa na antiga estrada a caminho da cidade de Ribeira Grande. Trata-se de um monumento natural que deve ser conservado e divulgado como um importante atractivo turístico (ver Ilustração 8). A vista é impressionante e de uma beleza rara. Dali pode-se avistar nitidamente, os cumes elevados da Ribeira de Duque e Ribeira da Torre, na sua máxima pujança de beleza natural.
Aldeias de Fontainhas, Corvo e Formiguinhas
As zonas onde se situam as aldeias Fontainhas, Corvo e Formiguinhas são dotadas de beleza natural, diversidade paisagística e de montanha invejáveis, podendo estes locais serem transformados em atractivos turísticos de excelência (ver Ilustração 9). A estrada da cidade da Ponta do Sol para Fontainhas constitui um recurso turístico devido à sua originalidade.
Vale da Ribeira da Garça
A ribeira tem início nos relevos abruptos do Lombo Gudo, próximo do Gudo de Cavaleiro (1.810 m) e corre de sul para norte, desaguando no Oceano Atlântico a oeste da aldeia de Cruzinha da Garça.
O vale da Ribeira da Garça é extremamente encaixado, distinguindo-se das ribeiras situadas mais a leste (Ribeira Grande, Ribeira da Torre ou Ribeira do Paúl) pela existência de um verdadeiro canhão de paredes sub-verticais ao longo dos últimos 7 quilómetros. O canhão foi formado pelo entalhe recente de enchimento aluvionar, podendo atingir profundidades de muitas dezenas de metros (ver Ilustração 10).
Os terraços aluvionares (designados fajãs ou chãs) e as encostas trabalhadas em socalcos são aproveitadas para a agricultura por meio de um sistema de levadas para a irrigação. Cultiva-se cana-de-açúcar, banana, mandioca, inhame, etc.
O Vale da Ribeira da Garça pode ser percorrido em toda a extensão graças a uma rede de caminhos pedonais e de estradas secundárias.
Vale de Figueiras
O vale de Figueiras é considerado como o mais encravado da ilha de Santo Antão. No entanto é dotado de uma enorme beleza e contraste paisagísticos (ver Ilustração 11). Por ser ainda pouco visitado, este constitui um recurso turístico por explorar.
Vale da Ribeira Alta
É um dos principais vales do Município da Ribeira Grande mas juntamente com o Vale de Figueiras, é uma das zonas mais encravadas de Santo Antão. Trata-se de um vale com um enorme valor paisagístico e pode ser considerado virgem em termos de exploração turística (ver Ilustração 12).
Vale do Mocho
O vale do Mocho fica localizado em Cruzinha da Garça e é uma das zonas mais remotas do concelho da Ribeira Grande. Possui apenas 22 famílias residentes, 10 das quais chefiadas por mulheres e uma população de cerca de 120 habitantes. Devido à sua realidade física, é muito visitada por turistas estrangeiros (ver Ilustração 13). É muito conhecido pelo seu contraste paisagístico entre o verde e o árido.
Ponta do Sol
Ponta do Sol até Fontainhas: via rodoviária; Fontainhas, Corvo, Formiguinhas, Aranhas e Cruzinha via vicinal.
Vale da Ribeira Grande
Coculi, figueiral, João Afonso, Chã de Pedras, Pia de Cima e Boca de Coruja
Boca de João Afonso, Figueiral e João Afonso.
Coculi, Boca de Ambas as Ribeiras, Ribeira de Caibros, Garça- Manta Velha, Chã de Igreja e Cruzinha.
João Afonso e Lagoa.
Vila da Ribeira Grande, Mão pa Trás, Vale de Ribeira Grande, Vale de Ribeira da Torre, Pinhão, Monte de Joana, Lombo Branco e Chã das Furnas.
Lagoa, Matinho onde se pode escolher ir para caibros, Chã de pedras ou ainda Ribeirão.
Corda, Figueiral, Coculi, Ribeira Grande, Ribeira Grande, Ponta do Sol.
Espongeiro, Lombo de Pedra, Fajã dos Cumes, João Afonso, Coculi.
Tarrafal Monte Trigo, Monte Trigo, Norte, Topo de Coroa, Norte, Alto Mira, Figueira, Ribeira Alta, Cruzinha (4 dias de duração).
Boca de Coruja, Celada, Aranhas (com percurso via Fontainhas ou Cruzinha).
Agua das Caldeiras, Ribeira da Torre e Povoação.
Pedra Rachada, Rabo Curto, Marrador e Povoação.
Ribeirão- Campo de Cão, Boca de Coruja.
Cova, Cha de Pedras, Caibros, Boca de Ambas as Ribeiras.
Recursos naturais costeiros
A orla costeira no Concelho da Ribeira Grande caracteriza-se pela sua reduzida extensão que anda à volta de três dezenas de quilómetros de costa que vai desde Lombinho de Saudade, a Leste, até a margem esquerda da Ribeira dos Paus, a Oeste, fronteira com o Concelho do Porto Novo.
A orla apresenta-se muito recortada com relevos que caem abruptamente para o mar, dificultando assim a formação de praias. Ao longo desta costa desenvolvem-se apenas pequenas praias sazonais que vão de Maio a Setembro, nomeadamente: Praia de Sinagoga; Praia de Mão para Trás; Praia Pequena; Praia de Lisboa; Praia de Aranhas; Praia de Boca do Mocho. Para além dessas praias existem espaços balneares e de recreio, a saber: Lagedo Largo, Prainha e outros (verIlustração 14).
Pequenas enseadas nomeadamente de Sinagoga, Ponta do Sol, Cruzinha, Ribeira Alta e João Redondo deram origem a portos importantes de pesca artesanal constituindo, assim, porta aberta para melhor aproveitamento dos recursos oceânicos.
Zonas costeiras do Concelho da Ribeira Grande
Ambiente
O principal risco ambiental nos bairros espontâneos está associado à gestão urbana, com a prevalência de condições precárias de habitação, deficiente abastecimento em bens essenciais como água e energia e deficiente recolha de resíduos. A vulnerabilidade aos riscos aumenta pela alta incidência da pobreza e irregularidade no emprego.
A educação ambiental poderá ser feita através das escolas e directamente nas comunidades, numa acção concertada entre o Município as Delegações do Governo instalados no Concelho e as associações comunitárias de base usando para efeito os recursos previstos no âmbito do PANA II e ainda recursos mobilizados junto das organizações internacionais.
A formação deverá ser equacionada em concertação com as rubricas já analisadas, nomeadamente nos domínios de comunicação, informação e sensibilização nos domínios de ambiente, cidadania e saúde pública, envolvendo as associações comunitárias de base com apoio da Câmara Municipal.
Cultura
A população do Concelho da Ribeira Grande, integrado na ilha de Santo Antão, apresenta, à semelhança do resto do País, características forjadas na aculturação e difusão de um interlaçar de raças provenientes de vários quadrantes.
Com uma forma e especificidades próprias, o santantonense expressa a sua cultura e manifesta-se através da língua (o crioulo de Santo Antão), da gastronomia, da música, da dança (mazurca, contradança, valsa, morna e coladeira e do característico do colá S. João), da arte, do teatro, da participação efusiva nas romarias, tudo de forma peculiar e à sua maneira. Assim encontramos traços e manifestações próprias como o uso do tambor e do barquinho nas festas de romaria típicas da ilha e nas deslocações feitas com os santos nas épocas festivas de uma localidade para outra.
Um outro ritual que se encontra, mas que esta a cair em desuso é a pomba de Assunção que anuncia um bom ou mau ano agrícola. Algumas tradições correm perigo de extinção, como a festa tradicional de casamento e o hino do amor.
Atractivos culturais materiais
O património construído urbano, de traços arquitectónicos de rara beleza onde sobressaem equipamentos e construções coloniais muito antigas, como a casa do Dr. Roberto Duarte Silva, um dos edifícios mais antigos de Ribeira Grande onde nasceu e viveu o cientista santantonense, a igreja de Nossa Senhora do Rosário, sobrados diversos, o antigo Posto Sanitário (actual associação de Diabéticos) o Ex Correios (actual sede SISA e Camara Comercio), etc. A população da Cidade de Ribeira Grande é constituído por gente considerada de fino trato, prestáveis, solidárias e trabalhadoras.
Cidade da Ribeira Grande
A Cidade da Ribeira Grande, também vulgarmente conhecida como Povoação, é uma Cidade do Concelho do mesmo nome, na Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, na Ilha de Santo Antão. Foi elevada à categoria de Vila em 1732 e Cidade em 2010.
Fica situada na confluência dos Vales da Ribeira Grande e da Ribeira da Torre tornando-se um importante nó rodoviário que permite a ligação das estradas provenientes do Porto Novo pelo interior e pelo litoral leste à Ponta do Sol e às povoações dos vales da Ribeira da Torre e da Ribeira Grande, respectivamente.
A Cidade tem vários edifícios notáveis, como a Câmara Municipal do município da Ribeira Grande ou a Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Livramento. O edifício da Câmara Municipal é considerado por muitos, a construção de sede de município mais bonito de Cabo Verde.
Cidade de Ponta do Sol
A Cidade da Ponta do Sol (Pónta d’ Sol) é a sede do concelho da Ribeira Grande e fica situada numa fajã no extremo norte da ilha de Santo Antão, na Freguesia de Nossa Senhora do Livramento do Concelho da Ribeira Grande.
A Cidade tem vários edifícios notáveis, como a Câmara Municipal do município da Ribeira Grande ou a Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Livramento. O edifício da Câmara Municipal é considerado por muitos, a construção de sede de município mais bonito de Cabo Verde.
Cais de Boca de Pistola
Na Ponta do Sol fica situado o único aeródromo da ilha, que se encontra actualmente desactivado. A Ponta do Sol tem igualmente um porto de pesca na zona conhecida como Boca da Pistola. Do património arquitectónico destacam-se os seguintes: Cais de Boca de Pistola, Ex armazém EMPA (casa de Adão Brigham), Casa Vitória, Casa Benjamin Cohen, Residência e ex-casa dos Magistrados, Registo Civil, Casa Nhô Kzik, Rua Direita, Cadeia (Fortaleza de Ponta do Sol), Foro de Cal, Casa do Presidente, Cemitério de Judeu.
De realçar que, nos finais do séc. XIX á primórdios do s´sc. XX no edificio da Cámara Municipal da Ribeira Grande, em Ponta do Sol funcionavam várias repartições do Estado/ Concelho (Tribunal, Registo Civil, Correios, fazenda/ Finanças etc) sendo na altura a sede da Comarca Judicial da Região de Barlavento.
Dos monumentos naturais destaca-se a enseada de Boca de Pistola, que constitui um atractivo natural de rara beleza, em especial quando o mar está mais revolto.
Atractivos culturais imateriais
Encontramos traços e manifestações próprias como o uso do tambor e do barquinho nas festas de romaria típicas da ilha e nas deslocações feitas com os santos nas épocas festivas de uma localidade para outra. Um outro ritual que se encontra, mas que esta a cair em desuso é a pomba de Assunção que anuncia um bom ou mau ano agrícola.
As festas de romarias
As festas de romarias vêm de uma origem religiosa e pagã, que alguns estudiosos afirmam terem origem em rituais pagãos europeus, designadamente da Península Ibérica. As festas juninas são um exemplo, atribuindo-se a sua origem às festas pagãs de celebração das colheitas no mês de Junho e que a Igreja Católica terá absorvido, dando especial relevo aos santos desse mês, como S. António, S. João e S. Pedro (ver Ilustração 19).
Estas festas atraem um grande número de populares que festejam exuberantemente em toda a ilha de S. Antão, numa mistura ancestral do profano e religioso que se mantém vivo nos nossos dias, tendo inclusive ganho um novo folego nos últimos anos. Durante as mesmas há muitas manifestações tradicionais típicas como a música, a utilização de tambores, o leiloamento das oferendas dos santos, a gastronomia (em muitas localidades ainda preserva- se os hábitos alimentares que vem de longe) e a venda de produtos e materiais feitos a mão e em casa.
As principais festas de romarias são:
Cidade de Ribeira Grande - festa de Nossa Senhora do Rosário no primeiro domingo de Outubro; 8 de Setembro, é feito a festa de Nossa Senhora da Penha, em Penha de França; 29 de Setembro é a festa de São Miguel em Tarrafal;
Lombo Branco - A única festa de romaria é a de Nossa Senhora do Carmo, a 16 de Junho; no mês de Agosto faz-se um festival de água doce;
Coculi - do Santo Crucifixo a 3 de Maio;
Caibros - Festival de água no mês de Julho;
Ribeira da Torre - Festa da Santíssima Trindade;
Fajã Matos, Ribeirão - Festa de Nossa Senhora de Fátima no dia 13 de Outubro;
Chã de Igreja - Festa de São Pedro Apóstolo no dia 29 de Junho;
Ribeira de Mocho - festival de Boca de Mocho em Agosto;
Ribeira da Garça - Festa dos Trabalhadores no dia 1 de Maio;
Forminguinhas, Corvo, Fontaínhas, Figueiras e Ribeira Alta - são localidades onde a festa de Páscoa é feita com grande fervor;
Cidade da Ponta do Sol - Festas de Nossa Senhora do Livramento no dia 24 de Setembro e no dia 13 de Outubro a festa de Nossa Senhora de Fátima;
Monte Joana- Festa de Santo André- 30 de Novembro
Corda- São festa de João Baptista- 24 junho
João Afonso- Festa de Santo André- 30 de Novembro
Artesanato
Atelier Jairson Lima - situado dentro do Centro Comercial da Ribeira Grande, rua de Pelourinho;
Eki-Eko com fabrico exposição e venda de souvenirs e bebidas (telefone: 2251064/9510414);
Santati-art venda de souvenirs - Telefone: 5304807) - Rua Direita, Cadeia Civil de Ponta do Sol.
Duas bibliotecas municipais e quatro recintos desportivos constituem as parcas infra-estruturas do concelho onde potencialmente se podem desenvolver algumas actividades culturais.
Género
A promoção da igualdade do género constitui uma preocupação política em Cabo Verde, tanto no espaço rural como urbano. No quadro institucional, o Instituto Cabo-verdiano de Igualdade e Equidade do Género tem a tarefa de desempenhar acções viradas para a promoção da condição feminina, mas sobretudo através da comunicação, informação e sensibilização e apoio em casos concretos.
A questão do género na habitação urbana é muito semelhante aos outros concelhos da ilha e liga-se ao desemprego e/ou a empregos precários que não dão garantia bancária ou maior incidência da pobreza nas mulheres, mas é mais sensível nas mães solteiras chefes de família.
O Instituto Cabo-verdiano de Igualdade e Equidade do Género tem apoiado as mulheres chefes de família, tanto a nível de emprego como no acesso à habitação. No entanto, devemos salientar que este apoio é mais no âmbito de encaminhamento para as instituições parceiras, como a MORABI, OMCV e a Fundação Cabo-verdiana de Solidariedade (FCS).