Claúdio Filipe Barros Mendonça
Nádia Sofia Lima Santos
Abel José Silva Ramos
Fabienne Louise Silva Oliveira Pires
João Manuel Silva Mosso Mendes
Walter Emanuel da Silva Évora - PAICV
Elizabete dos Santos Évora - MPD
Sérgio Corrá - PP
Ildo Adalberto Lima - MPD
Gilda de Deus Marques Ramos - PAICV
kathia Cleunice Fortes Resende Murgia - PP
Aline Brito de Costa Pires - MPD
Roberto Delgado Ramos - PAICV
José Armando Correia Ferreira - PP
Hernani Alberto Ramos dos Santos - MPD
Denize Rizette Silva Évora - PAICV
Vicente Paulo Lima Silva - MPD
Cecílio de Sousa Pinto - PAICV
Contactos
Endereço: Largo Santa Isabel, Sal Rei
Telefone: (+238) 251 11 16
Fax: (+238) 251 11 41
Contexto histórico do município
Criação
A ilha, foi descoberta, a 14 de maio de 1460, após essa data devido às suas caraterísticas geológicas e climáticas, caiu no esquecimento durante os 150 anos seguintes, sendo utilizada apenas para pastagem de animais. Cristóvão Colombo aportou na ilha em 1498 e fez uma descrição terrífica das dificuldades com que deparou. De resto, o curso do tempo na ilha foi sendo pontuado por sucessivos naufrágios, resultantes da conjugação de circunstâncias peculiares, ventos tempestuosos associados a correntes muito fortes, recifes rochosos pouco profundos prolongando a costa plana envolta da ilha e muitas vezes neblina com fraca visibilidade. Por volta de 1620, alguns marinheiros Ingleses, constatando a boa qualidade do sal desta ilha, estabeleceram-se em Povoação Velha para explorar economicamente este recurso natural. No entanto, os ataques constantes de piratas impediram o desenvolvimento económico regular da ilha, até que, em 1820, na sequência de um saque devastador, a população mudou-se para Porto Inglês (atual Cidade de Sal Rei) e construiu um forte no ilhéu de Sal Rei.
Localização geográfica;
A ilha da Boavista é a terceira maior do país em dimensão, contando com uma superfície de 620 km², com cerca de 31 km de Norte a Sul e 29 km de Leste para Oeste entre as coordenadas 15º, 58’ N, 16º 13’ N e 22º 40’ W, 22º 58’ W. A ilha é bastante plana, sendo que o seu ponto mais alto, o Pico de Estância conta com apenas 390 metros de altitude.
Hidrografia
Segundo o Esquema Regional de Ordenamento do Território ( EROT) da Boavista (2013), pode-se destacar as duas principais bacias hidrográficas que ocupam cerca de 51% da área da ilha, a Ribeira de Rabil e as Ribeiras do Calhau onde convergem as Ribeiras de Renca e do Norte. No entanto, o quadro de aridez da ilha não permite a existência de ribeiras de águas correntes que apenas ocorrem nas raras precipitações que caem, podendo ser considerada uma rede hidrográfica seca. Embora na ilha possua alguns recursos hídricos, isto é, existência de vários poços no qual as águas apresentam um grau de salinidade elevado, ainda pode-se destacar as nascentes de Estância de Baixo e de Boa Esperança.
Segundo o Censo de 2010, a população da ilha era de 9.162 habitantes, e destes, cerca de 41%vivem no meio rural. Relacionando o número de habitantes com a extensão da ilha resulta uma densidade populacional extremamente baixa.
A maioria da população é masculina, ou seja, (59,2%) devido à emigração feminina, em particular para Itália. A população entre os 15 e os 64 anos representa 71,4% do total, com os menores de 15 anos a constituírem 22,6% dos residentes. Já para o ano de 2017 de acordo com a projeção da mesma fonte o município contava com cerca de 16 621 habitantes dos quais 9 780 (58,8%) masculinos e 6 841 (41,2%) femininos, 61, 6% dessa população residente é natural de outro concelho/ país e 12 % da população é imigrante os dados indicam que a idade média da população é de 29 anos e a faixa etária com maior percentagem é na idade compreendida entre 25 a 34 anos de idade.
De acordo com dados estatísticos de INE a idade médio da população em 2017 foi de 29 anos.
No passado a ilha da Boavista viveu dependente da agropecuária e da pesca. A economia da ilha assentava-se na atividade pecuária, na indústria de conservas de peixe, nas atividades de colecta como a apanha e a comercialização do sal, da urzela e da purgueira, na indústria artesanal de transformação da argila, na indústria extractiva de rochas calcárias, actividades artesanais de fabricação de cal e olaria e ainda na actividade agrícola de subsistência. Com o passar dos anos muitas dessas actividades deixaram de existir e a população afectada pelas sucessivas crises de seca começaram a abandonar a Ilha.
A “descoberta” da Ilha como forte atracção turística impulsiona uma nova dinâmica no desenvolvimento económico da Ilha. Actualmente o sector do Turismo é o sector estratégico que dinamiza a economia da Ilha com consequências positivas no sector da construção, em particular da imobiliária turística, hotelaria e restauração, sectores do transporte e do comércio, entre outras actividades conexas. A abertura do aeroporto internacional vem complementar o incremento para um maior desenvolvimento do sector turístico a nível nacional, em particular da Boavista.
Turismo
Actualmente o turismo constitui o sector com maior dinâmica no crescimento económico e social da Ilha e do País, na medida em que, contribui consideravelmente para a entrada de divisas, bem como para a promoção do emprego e, para Boavista, em particular, o turismo representa um dos principais eixos de desenvolvimento económico sustentado.
Pelo número de actividades que envolve, directa ou indirectamente, o turismo tem tido um impacto notável na disponibilização de ofertas de trabalho com consequências no aumento exponencial da população, transformando a Ilha no potencial receptor quer de migrantes internos de outras ilhas à procura de trabalho e melhores condições de vida, quer de imigrantes, investidores estrangeiros.
Das actividades destaca-se o impacto na imobiliária turística com o desenvolvimento das infraestruturas hoteleiras, das actividades portuárias e aeroportuárias, dos serviços bancários, comunicações, lazer, seguros e pequenos negócios.
A oferta turística da ilha da Boavista baseia-se fundamentalmente nos recursos naturais em que o sol e as praias, os litorais extensos de areia branca, as condições climáticas favoráveis, com uma temperatura agradável e uma insolação constante durante todo o ano constituem atracções para a maioria dos turistas.
De acordo com as estatísticas do turismo, o incremento do turismo começa em 2005 quando a ilha vê duplicar o número de estabelecimentos turísticos (de 7 durante o período 2000-2004) para 13 estabelecimentos em 2005) e aumenta a sua capacidade de recepção de 235 para 2.139 indivíduos, durante o mesmo período.
Em 2010 na Boavista contava-se 19 estabelecimentos turísticos, 1.683 quartos (28,6% da capacidade nacional) e 3.071 camas (26,9% do total nacional), garantindo uma capacidade máxima de 3.675 indivíduos em simultâneo, e empregando cerca de 1.152 pessoas.
Com a abertura do aeroporto internacional, Boavista passa a ser o maior receptor de turistas em Cabo Verde, com cerca de 46.880 entradas no 3º trimestre de 2011, representando 41,4% das entradas neste período.
A Sociedade de Desenvolvimento Turístico das ilhas de Boavista e Maio (SDTIBM) criada em Junho de 2005 pelo Governo de Cabo Verde em parceria com os municípios da Boavista e do Maio. É uma sociedade anónima constituída exclusivamente por capitais públicos e cujos objetivos se centram no planeamento físico, na gestão, no licenciamento, fiscalização, execução, transação e administração das Zonas Turísticas Especiais (ZTE) das ilhas da Boavista e Maio, com vista à promoção e ao desenvolvimento do turismo; promover esse desenvolvimento de forma planeada, sustentável e integrada com os serviços que suportam as infraestruturas turísticas, nomeadamente os hotéis e imobiliárias, não esquecendo a preservação ambiental. A ilha conta com três (3) Zonas de Desenvolvimento Turístico Integrado( ZDTI’s) sob a responsabilidade da SDTIBM cujos Planos de Ordenamento Turístico (POT) se encontram aprovados.
Esta Sociedade, no âmbito das suas competências e atribuições, trouxe importantes ganhos para o Município, nomeadamente no que tange ao planeamento e gestão das zonas turísticas especiais.
Recursos Turísticos Naturais
Áreas de Proteção Ambiental
A ilha da Boavista possui 14 Áreas Protegidas (AP), das 47 declaradas em Cabo Verde através do Decreto-Lei nº3/2003 de 24 de fevereiro de 2003. Segundo o mesmo decreto, definem-se como AP os espaços geográficos claramente definidos, reconhecidos, utilizados e geridos por meios legais eficazes, para alcançar a conservação da natureza, juntamente com os serviços e valores culturais associados ao ecossistema. Relativamente as APda ilha pode-se destacar a realização de atividades turísticas nomeadamente; excursões, mergulho, observação de tartarugas marinhas e de aves.
Parque Natural do Norte
Representa a mais extensa da ilha, abarcando uma importante área marinha ao longo de toda a sua zona costeira correspondente a três milhas náuticas. O fundamento para a sua declaração foi o de acompanhar a conservação dos valores naturais (presença de áreas para a nidificação de tartarugas, presença de avifauna de interesse, principalmente aves de rapinas e estepárias, e caraterísticas geomorfológicas e paisagísticas).
Reserva Natural de Ponta do Sol
Localiza-se ao noroeste da ilha, desde praia de Ervatão, a norte de Nossa Senhora de Fátima, até à zona da ribeira de Poderoso, incluindo os alcantilados da praia de Ervatão e parte da plataforma superior de Chã de Ervatão, o setor montanhoso do Pico Vigia e Curral Preto, a ampla plataforma costeira (ilha baixa) no início do maciço montanhoso e os alcantilados e dunas fósseis presentes desde Farol de Ponta do Sol até próximo da ribeira de Poderoso.
Reserva Natural de Tartarugas
Localizado na parte oriental e sul da ilha, desde a base de Morro Negro até à Praia de Cruzinha Brito. Abarca uma importante área marinha ao longo de toda zona costeira que corresponde a três milhas náuticas. Os objetivos de proteção são a conservação das praias como áreas de nidificação de tartarugas, das zonas húmidas e terras salgadas importantes para as aves limícolas e migratórias e as colónias de aves marinhas de Ponta do Roque e os alcantilados de Morro Negro.
Reserva Natural de Moro de Areia
Localiza-se a sudoeste da ilha, desde a praia de Chaves até à costa de Santa Mónica. O objetivo é de preservar os processos ecológicos derivados da dinâmica arenosa e conservar os habitats de interesse para espécies endémicas e relevantes do arquipélago, como o rabo-dejunco, guincho, as tartarugas, o tubarão-gata e numerosos invertebrados.
Reserva Natural Integral Ilhéus Baluarte
Localiza-se a nordeste da ilha, frente às costas de Ponta do Rife, entre as antigas salinas e Porto Ferreira. É um ilhéu alongado em direção Este-Oeste, com uma altitude inferior a 5 metros sobre o nível do mar, de natureza basáltica, com superfície plana e rochosa.
Reserva Natural Integral Ilhéus dos Pássaros
Localiza-se à noroeste da ilha, em frente à Baía das Gatas. É um dos ilhéus menor tendo em conta a sua extensão superficial e a pouca altitude sobre o nível do mar, é um ilhéu plano e coberto de material de natureza sedimentar e arenosa. Está ligado à ilha principal por um cordão de recifes e rochas de natureza vulcânica. Os objetivos de proteção são a presença e nidificação de aves emblemáticas a nível nacional e mundial como o Pedreiro-azul (Pelagodroma marina) e o Pedreirinho (Oceanodroma castro).
Reserva Natural Integral Ilhéus do Curral Velho
Localiza-se a sul da ilha, em frente à Praia de Curral Velho, a nordeste da Ponta do Pesqueiro Grande. É um pequeno ilhéu que não ultrapassa os 5 metros de altitude máxima sobre o nível do mar, composto principalmente por material calcário muito fragmentado pela ação marinha, apresentando caraterísticas morfológicas litorais como espaços ocos e cavidades naturais mais conhecidas por “taffoni”. Os fundamentos de proteção são a presença e nidificação de aves emblemáticas a nível mundial e nacional tais como Fragata (Fregata magnificens), Alcatraz (Sula leucogaster), a Cagarrade- CaboVerde (Calonectris edwardsii), o Rabo-de-junco (Phaethon aethereus) ou o Pedreirinho (Oceanodroma castro).
Monumento Natural Monte Santo António
O maciço rochoso que forma o Monte de Santo António constitui uma das maiores altitudes da ilha, e forma, junto com a Rocha de Estância e o Monte Estância, uma das três formações orográficas mais singulares pela sua morfologia de fortaleza rochosa com a base quase circular levantada sobre uma extensa planície. O objeto de proteção é a preservação dos seus valores geológico-geomorfológicos à flora e fauna existentes que apresentam endemismo e o seu relevo que é de alto valor paisagístico.
Monumento Natural Ilhéu de Sal Rei
Localizado a noroeste da ilha, em frente à Cidade de Sal Rei, é o ilhéu mais extenso em superfície
dos que rodeiam a ilha, e o de maior altitude com 27 metros. Ao contrário dos outros, aqui afloram materiais basálticos e são escassas as formações calcárias, com praias arenosas nas zonas mais abrigadas. Os fundamentos de proteção são a presença de importantes valores naturais como as espécies de flora e fauna existentes e o valor histórico-cultural que proporciona o antigo forte do Duque de Bragança.
Monumento Natural Monte Estância
Localiza-se na parte sul-oriental da ilha, a poucos quilómetros da costa de João Barrosa. Os objetivos de proteção são os seus valores geomorfológicos e paisagísticos pela sua incidência visual e pela sua peculiar flora e fauna, endemismos florísticos e aves protegidas.
Monumento Natural Rocha Estância
O maciço rochoso que forma Rocha Estância é um dos relevos mais destacados da ilha, com 357 metros de altitude, limitada pelas seguintes ribeiras: ribeira Baixa, ribeira Doutor e ribeira Fonte.A finalidade da proteção é preservar os seus valores geomorfológicos, apresenta flora e fauna endémica e o valor paisagístico do seu relevo.
Paisagem Protegida de Curral Velho
Forma um dos espaços mais homogéneos paisagisticamente existentes na ilha. É composta por uma ampla planície circunscrita à bacia da Ribeira do Meio, que se abre entre duas escarpas rochosas.
O objeto de proteção é a preservação da identidade paisagística, das caraterísticas naturais da sua geologia e geomorfologia (areias, calcários, praias e salinas) e a paisagem humana formada por currais e núcleos populacionais tradicionais.
Praias
Sendo uma das ilhas planas do arquipélago, a maior parte do seu litoral está constituída por extensas praias de areia branca e águas azul-turquesa, o que constitui sem dúvida um conjunto de atrativos naturais para o destino turístico Boavista.
Praia de Cruz
Praia de Cruz está situada na costa noroeste da ilha, nas imediações da Cidade de Sal Rei. Junto ao seu areal, encontram-se um hotel e um conjunto de infraestruturas habitacionais. Tem sido palco do Festival de Praia de Cruz um festival de música anual, privilegiando os músicos caboverdianos e tendo como pano de fundo o despertar de consciências para a proteção de tartarugas que desovam na ilha.
Praia de Estoril
Localizada nas imediações da cidade de Sal Rei a poucos minutos do centro, é uma praia extensa com ventos que proporciona boas condições para a prática de alguns desportos náuticos, com destaque para o kitesurf e o windsurf que vem ganhando expressão na ilha. A praia possui um conjunto de infraestruturas em toda sua orla, nomeadamente; restaurantes, bares, clubes de desportos náuticos e uma escola de kitesurf.
Localizada na zona de Chaves, e das praias mais próximas da cidade é a mais extensa. Nas proximidades pode-se destacar três grandes infraestruturas turísticas, o Hotel Royal Decameron, o Hotel Iberostar e o Parque das Dunas Village, com um conjunto de equipamentos de praia de forma a proporcionar o conforto dos clientes na praia. No que diz respeito à segurança cada estabelecimento hoteleiro é responsável pelos seus clientes, sendo estes vigiados pelos trabalhadores dos respetivos hotéis.
Praia da Varandinha
Varandinha está situada no sudoeste da ilha, é uma praia paradisíaca, sendo entrecortada por rochedos que dividem o seu extenso areal em areais de dimensão menor. É reconhecida pelas boas condições que oferece para a prática de desportos náuticos, como o surf e o Sand Board. Entre as formações rochosas que ostenta junto ao areal, destaca-se uma gruta natural, com vista para o mar, conhecida como Bracona.
Praia de Santa Mónica
A praia de Santa Mónica está situada no extremo sudoeste da ilha é considerada uma praia de grande beleza, apresentando um areal muito extenso, muito exposto e sem quaisquer sombras, e uma atmosfera quase selvagem, resultante do seu isolamento.
Praia de Santa Mónica
Praia da Talanta – Cargueiro naufragado em Setembro de 1968
Ainda relativamente às praias pode-se enumerar mais algumas, sendo elas; Praia David; Praia Farrapa; Praia do Curralinho; Praia de Curral Mateus; Praia de Lacacão; Praia de Curral Velho; Praia de Ervatão; Praia Mosquito; Praia Agostinho; Praia da Lancha; Praia de Derrubado e Praia de João Barbosa.
Deserto de Viana
O deserto de Viana, uma das sete maravilhas naturais de Cabo Verde, é um local de beleza inigualável, cheio de dunas de areia esbranquiçada formadas por areias transportadas pelos ventos vindos do deserto do Saara.
Observação de tartarugas marinhas
As tartarugas marinhas de Cabo Verde são consideradas um dos principais recursos naturais da ilha. A nível nacional a ilha representa a maior população da espécie caretta-caretta que nidifica nas praias da ilha e a segunda mais importante no Atlântico.
Observação de baleias
O arquipélago de Cabo Verde representa um dos lugares de reprodução de baleia no Oceano Atlântico Norte, concentrando o único stock reprodutivo desta espécie nas águas mais orientais deste oceano. Março e Abril são os meses com maior probabilidade de observar estes grandes cetáceos perto da costa oeste e sudoeste de Boavista.
Observação de corais
Os corais representam outro recurso natural com potencial para se converter num produto turístico. Na ilha existem comunidades coralinas que habitam geralmente baías resguardadas e pouco profundas que são interessantes pela diversidade de espécies marinhas que acolhem e pela presença de endemismos.
A avifauna é também um elemento importante da biodiversidade da ilha. Mais de metade das 41 espécies de aves que se reproduzem no arquipélago nidifica na ilha. À semelhança dos corais, as aves constituem um recurso natural que pode ser explorado como produto turístico todo o ano.
Dunas móveis
As areias organogénicas arrastadas pelos ventos e as correntes marinhas chegam à costa norte da ilha, dando lugar a extensas superfícies interiores, onde se acumulam originando em campos de dunas, continuamente alimentadas e modificadas pelo movimento dos ventos.
Morro de Areia
É um autêntico deserto à beira mar, num cenário impressionante, donde se avista um areal com o azul do Atlântico como pano de fundo sendo igualmente uma área de proteção ambiental.
As Sete Maravilhas da ilha da Boavista
Património Natural | Categorias |
Praia de Santa Mónica | Praias costeiras de areia branca ou negra. |
Baía de Sal Rei | Baías, Enseadas, Angras, e Zonas Húmidas |
Deserto de Viana | Duna e corredores dunares (fósseis ou vivas). |
Buracona (Varandinha) | Ilhéus, Rochas, Rochedos e Grutas monumentais. |
Rocha de Estância | Monumento natural de caris vulcânico, activo ou não. |
Rocha de Santo António | Montanha, serras, falécias e ravinas. |
Reserva Natural de Tartarugas | Paisagens ou áreas de interesse científico com ou sem vegetação/endemismo vegetal ou animal intrínseco de Cabo Verde, incluindo jazigos, vales e bacias |
Ambiente
A gestão ambiental ao nível local é efectuada pelo município através dos serviços de ambiente e saneamento, auxiliado por um conjunto de normas e planos que regem segundo as leis nacionais em matéria ambiental.
Sendo as condições ambientais e naturais o principal factor para o desenvolvimento turístico e também factor para a degradação do próprio ambiente, Cabo Verde cria em 1991 a Lei que estabelece as bases do desenvolvimento turístico, para em 1993 após a criação do Instituto Nacional do Turismo publicar o Decreto Legislativo que cria as zonas turísticas especiais: zonas de desenvolvimento turístico integral (ZDTI) e as Zonas de Reserva e Protecção (ZRPT). Em 1994, a Lei nº49/VI/2004 fomenta a criação de sociedades de capitais exclusivamente públicos para gerir as Zonas turísticas Especiais, entre as quais a vocacionada exclusivamente para as Ilhas de Boavista e Maio, criada e regulamentada pelo Decreto-Legislativo nº1/2005, de 31 de Janeiro: a SDTIBM, SA
A ilha da Boavista é das poucas ilhas de Cabo Verde que possui uma vasta área coberta de dunas e extensas praias que constituem valores naturais e paisagísticos inestimáveis. As praias de areia branca que ocupam uma extensão superior a 50 km contribuem fortemente para URBANOS a valorização natural e paisagística da ilha. Esta conta ainda com uma grande diversidade de ecossistemas com elevado valor para a conservação da natureza, a destacar: a existência de inúmeros ilhéus (Baluarte, Curral Velho, Pássaros) fazendo parte da rota das aves migratórias e servindo de locais de nidificação de espécies ameaçadas e raras no mundo; grandes extensões de praias que propiciam a desova de tartarugas marinhas; extensas áreas de crostas calcárias e a existência de várias zonas húmidas.
Cultura
O município de Boa Vista apresenta grande riqueza cultural tanto material como imaterial.
Recursos Culturais Materiais
Património Religioso
A importância do património religioso da ilha é reflectida na existência de várias Igrejas e capelas católicas, resultado de vários períodos históricos. Como são os casos da Igreja de São Roque, a Igreja de Santa Isabel e das Capelas de Nossa Senhora da Conceição, e de Santo António.
Ruinas
Antiga Fabrica de Cerâmica
A antiga fábrica de cerâmica situada numa propriedade privada na praia de Chaves foi muito importante para a economia da ilha no passado.
Ruínas da Capela de Nossa Senhora de Fátima
A Capela de Nossa Senhora de Fátima está situada nas imediações da Cidade de Sal Rei, numa das zonas mais áridas da ilha, perto do mar e de uma praia, num ponto elevado. É uma propriedade privada que até bem pouco tempo encontrava-se em estado de degradação avançada. É de realçar que se encontra em andamento as obras de restauração.
Ruínas da Igreja de São Roque
Datada de 1806 é hoje a mais antiga construção sacra da Boavista. Atualmente a Igreja de São Roque, outrora Igreja Matriz do Rabil encontra-se fechada e em estado inicial de degradação.
Ruínas do Forte Duque de Bragança
Construído em 1818 no ilhéu de Sal Rei de forma a garantir maior segurança aos possíveis ataques de piratas. Restam ainda hoje, alguns vestígios da muralha e canhões enferrujados.
Cemitério Judeu
Situado nas imediações da praia de Cruz, constitui o testemunho da antiga presença de uma comunidade judaica radicada na ilha. O cemitério, em estado avançado de degradação durante longos anos, recentemente recebeu obras de restauro de forma a manter e preservar o seu valor histórico
O Farol do Morro Negro situado a sudeste da ilha sendo um património construído representa um importante recurso turístico, muito embora em fase inicial de degradação.
Recursos Culturais Imateriais
Gastronomia Típica
No que diz respeito à gastronomia típica, a ilha destaca-se pela sua diversidade de pratos à base de peixes e mariscos. E também conhecida pelo famoso queijo de cabra e pela “botchada”, ainda que confecionados de forma tradicional.
Música e Dança
A ilha, apesar da sua reduzida dimensão demográfica, ocupa uma posição de revelo na produção cultural local e nacional. Sendo considerado por muitos estudiosos o berço da Morna, um dos géneros musical tradicional e mais representativo da identidade e cultura cabo-verdiana. A morna, hoje, classificada como Património Histórico e Cultural Nacional, o que constitui o seu primeiro passo para uma futura candidatura à Património Imaterial da Humanidade.
Festas de Romarias:
Localidade | Festas | Datas |
João Galego | Dia dos Reis | 06 de janeiro |
Rabil | Dia de Santa Cruz | 03 de maio |
Rabil | Pedrona | 04 de maio |
Povoação Velha | Dia de São Roque | 08 de maio |
Sal Rei | Nossa Senhora de Fátima | 13 de maio |
Estância de Baixo | Cruzinha Lolo | 28 de maio |
Fundo das Figueiras | São João Batista | 24 de junho |
Cidade de Sal Rei | Dia de Santa Isabel | 04 de julho |
Bofareira | Nossa Senhora da Paz | 08 de agosto |
Festival da Praia de Cruz
O festival da Praia da Cruz é realizado anualmente num dos fins de semana do mês de agosto com duração de dois (2) dias. Contando com um leque de artistas locais, nacionais e internacionais. É um evento promovido pelo Município da ilha, e patrocinado por empresas privadas. Tem-se registado uma maior aderência de emigrantes que já programam as suas férias para esta época. O evento é público e gratuito.
Festival da Morna
O festival tem como foco principal a promoção da música tradicional cabo-verdiana em especial a morna, onde procuram ter a participação artística de todas as ilhas do arquipélago. É organizada pela Associação de Músicos da Boavista tendo com principal parceiro a Câmara Municipal.
Feira de Artesanato
Realizada mensalmente pela Câmara Municipal na Praça de Sal Rei, com duração de um dia e que para além de artesanato tem como componentes a música e a gastronomia local tendo como propósito a promoção do artesanato local e da cultura boavistense.
Género
Neste domínio a CMSM (CMBV) tem um pelouro de género que atua nos domínios da promoção da igualdade e equidade do género. Tendo em conta a condição da mulher, este pelouro tem realizado as suas atividades tendo em conta uma discriminação positiva, através de programas, projetos e ações que visam o empreendedorismo feminino e a formação/capacitação das mães chefes de famílias, apoios para a requalificação ou mesmo na construção de habitações às famílias chefiadas por mulheres, uma vez que constituem o sector da população mais carenciada, e por sua vez mais vulnerável. Igualmente, a CMBV tem dedicado especial atenção às mulheres, em particular as mais desfavorecidas, projetando formações nas áreas de empreendedorismo e sua participação no mercado de trabalho, palestras e sessões de debate e reflexão versando o tema “Igualdade e equidade de Género” e “ Participação da mulher na política do desenvolvimento”.