Visando aprimorar e tornar o Plano Estratégico do Programa Cidades Saudáveis de Cabo Verde – horizonte 2030 – mais completo possível, a Associação Nacional dos Municípios Cabo-verdianos (ANMCV) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizaram um atelier de socialização e recolha de subsídios.
A Coordenadora da Unidade de Cidades Saudáveis, Helena Rebelo Rodrigues, considerou que a Plano Estratégico intenta inovar e guiar toda a estratégia institucional e constitui uma oportunidade para projetar e pensar o futuro para as cidades de Cabo Verde, que se pretende assente num novo paradigma de desenvolvimento que tem como eixo central a vigilância à saúde. Que pressupõe um processo de elaboração coletiva da visão de cidade. Pensar a saúde e não o setor saúde, no processo de planeamento urbano, alinhado com os consensos internacionais, e que produza repercussões objetivas na gestão da saúde, através de uma abordagem holística e intersectorial dos determinantes da saúde (sociais, económicos, ambientais e culturais).
Igualmente que a corporização de tais mudanças conduzirá ao alcance da visão de Cidades Saudáveis de Cabo Verde ser referência nacional e regional na promoção da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida, alicerçada numa intensa cooperação intersectorial, no empoderamento do cidadão e no contributo para o desenvolvimento global sustentável.
O Plano Estratégico é, segundo o Presidente da ANMCV, Herménio Fernandes, um importante instrumento de planeamento que vai ditar as bases para como repensar as cidades nos próximos tempos.
Herménio Fernandes reafirma o forte compromisso dos líderes municipais de, em estreita sintonia com o poder central, colocar no centro da agenda estratégica a estruturação de centros urbanos saudáveis e sustentáveis.
Em representação do poder central, isto é, do Governo de Cabo Verde, o Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Evandro Monteiro, corrobora, garantindo que o Governo apoia o Plano Estratégico para as Cidades Saudáveis pelo seu desígnio de favorecer a saúde, estimular mudanças e promover estilos de vida mais saudáveis.
Evandro Monteiro relembra que a saúde que se quer mobiliza fatores determinantes como o ambiente, o tratamento de resíduos, a segurança humana e física e o bem-estar social e cultural, setores essenciais neste processo.
Segundo o representante da OMS em Cabo Verde, Daniel Kertesz, uma cidade saudável depende não só de infraestruturas sanitárias, mas também do compromisso para melhorar o ambiente da cidade, tendo em conta que a saúde deve estar no centro da agenda do poder local, algo que garante estar a constatar.
Daí a sua congratulação com as boas práticas que diz perceber em Cabo Verde, já que o arquipélago é primeiro país da região africana a assumir a abordagem de Cidades Saudáveis da OMS, tendo sido distinguido, em 2019, com o prémio Cidades Saudáveis na United Nations Inter Agency Task Force.